12 de jan. de 2010

FALA VÉIO!


Meus bambinos, o véio chegou pra trazer um pouco de alegria pros nostros amicos palestrinos. Em primeiro lugar quero agradecer a Dora Palestrini, minha amiga desde que eramos dois bambinos lá na nostra querida Italia! Viemos pra cá de navio - ma que belo! E a primeira cosa que a gente viu quando chegou nas terras brasilianas foi o porto de Santos. Depois subimos a serra e fomos parar lá pros lados da Barra Funda. Aí, enquanto comia um belo dum sanduiche de salame e tomava uma tubaína fiquei ouvindo aqueles bruto homens feito falando sobre um jogo que se jogava com os pés. Diziam que tinha um tal de Palestra Italia que era a grande sensação. Também tinha um time que, segundo entendi naquela época, era o time que, alguns chamavam de maledetos, e outros de cachorros. Logo fiquei curioso pra ver um jogo de futebol.

Apareci num domingo a tarde depois da macarronada, sentei nuns bancos de cimento e fiquei ali olhando pra um pasto verde. Aí uns marmanjos sairam de uns buraquinhos e a rapaziada começou a gritar: PARMERA, PARMERA! Eu devia ta ruim das vistas, porque eu só via grama alí. Nennhuma vaca, nenhum bezerro! Depois entram outros marmanjos de preto e branco, tudo de calça curta. E a rapaziada do lado de lá começou a gritar: Botafogo! Botafogo! Mama mia, logo pensei que iam botar fogo na grama!

Aí chegou um camarada de preto com uma bola debaixo dos braços e um apito na boca. Achei que ele deveria estar de luto! Aí ele assoprou aquele apito e um camarada pegou a bola e começou a correr feito uma besta pro outro lado. Mas aí o outro camarada do outro lado non gostou, pegou a bola e foi pro outro lado. E o de verde pegou e levou pro outro lado. E ficaram nesta agonia, tira a bola de cá e leva pra lá, tira de lá e trás cá! Aí eu pensei que seria melhor dá uma bola pra cada um, aí eles paravam de brigar.

E eu ficava alí vendo aquilo tudo. Aí eu percebi que o cara que ficava alí debaixo de uma armação de madeira com umas rede nos fundos ficava só alí olhando de longe. Achei aquilo o fim. Todo mundo correndo no meio do campo e o camarada ficava só alí olhando. E olha que acho que ele tinha algum parentesco com o camarada de preto porque ele pegava a bola com as mãos o camarada de preto non dizia nada. Os outros pegavam com a mão na bola ele dava cada bronca! E ele estragava todo o jogo, porque os jogadores chutavam com os pés e ele agarrava com a mão! Mama mia! E as vezes alguem acertava a bola no fundo das rede, aí eles pulavam, se abraçavam. E eu pensava comigo, mas por que? Nem furou a rede?

Foi quando alguém gritou alí perto de onde eu tava sentado: Frango! Frangueiro! E eu com uma fome desgraçada, e o frangueiro non aparecia! De repente o camarada de preto deu um apito e eles entraram de novo nos buraquinho e sumiram! Pensei: Foram tomar lanche. ´
Achei que alguem muito importante non tinha gostado do jogo porque os camaradas voltaram depois do lanche e repetiram tudo de novo! Até mudaram de lado pra ver se dava certo! A gente paga um dinheirão pra ver duas vezes a mesma coisa!

Brigaram noventa minutos por causa de uma bolinha. Acabou o jogo, deixaram a bola no gramado, aí entrei pra pegar a bola me levaram preso!

O Véio Palestrino

Baseado em piada contada pelo grande palestrino José Vasconcelos!

O REENCONTRO

Após pouco mais de um mês, após uma das maiores vergonhas de sua história, chegou a hora do Palmeiras voltar a campo. Durante este tempo foram poucas mudanças no elenco, quase nenhuma contratação, muita especulação e mais a infame novela com Vagner Love.

Me pergunto com qual espírito esses jogadores e comissão técnica começarão mais um campeonato ? O que esperar de um elenco que matou um sonho ?? Será que um mês é suficiente para tranformá-los em homens ? O coração palestrino espera que sim mais minha razão duvida e muito....

Como será a recepção da Torcida ? A arquibancada, os torcedores de alma "arquibancada", estarão lá empurrando o time, mais o que dizer da platéia dos demais setores ? Aqueles que vão para o Palestra pagando o ingresso mais caro do Brasil como se fossem assistir teatro ou ópera. Que recepção estes darão ao time ?

Tenho muitas dúvidas sobre o que esperar de 2010. É burrada atrás de burrada... Vendemos nossos ídolos e mantemos os mercenários .

O que esperar de Belluzzo ? O que esperar de Cipullo e sua diretoria de futebol ? Todo ano é essa ansiedade nas contratações.. Somos sempre os últimos. Nosso time começa a se formar em fevereiro somente. Foi assim em 2008, 2009 e será em 2010.

Eu juro que nunca estive tão perdido e descrente !!!

Uma ponta de esperança é criada em declarações de nosso guerreiro camisa 5, e que falta ele fez:

- O Palmeiras entrará forte no Paulista e na Copa do Brasil. Sabemos da nossa responsabilidade e devemos encarar o Estadual como se fosse uma Copa do Mundo para não passarmos mais um ano em branco. Todo título ajuda e é bem-vindo neste momento. Isso sempre traz uma certa tranquilidade. E a torcida quer é comemorar, independentemente do título.

Tomara Pierre... espero que os demais tenham o mesmo pensamento.

Estarei no Palestra... com alma de arquibancada !!!

Márcio Braga

11 de jan. de 2010

Nosso Primeiro Post

Palestrinos,

Esse foi nosso primeiro post como BRV em Janeiro/2009.

Bianco, Rosso e Verdão !!!

A Terceira Vez que fomos ao Palestra Itália esse ano (contra Marília, Real Potosi e Santos): 3 vitórias, 12 gols a favor e somente 2 contra (incrível média de 4 gols nos jogos em nosso estádio). Quem diria? Depois de toda a confusão no início do mês de Janeiro temos o melhor time do campeonato e com uma partida a menos... Existe coisa melhor?


Desde 1996 que não existia um time com esse volume de jogo!!!


Discutindo a vitória contra o Santos, nos lembramos daquele time fenomenal, autor de 102 gols somente no Paulistão e que encantou o Brasil no primeiro semestre daquele ano!! Que saudades de Rivaldo, Muller, Djalminha e Luizão só para mencionar o ataque do melhor time que vimos jogar.


Como bateu um pouco de saudosismo, fui buscar matérias que guardei da época e a que melhor exemplificou aquele time foi a que saiu na revista da folha em 12 de maio de 1996, o título da mesma era: “O melhor time de todos os tempos?”.



Esta matéria relatava nossos índices até a data em questão,113 gols (entre amistosos, Paulistão e Copa do Brasil) em 29 jogos que dava uma média incrível de 3,89 gols por jogo, e efetuou comparação com o time dos Santos da década de 60. Discussão inimaginável em tempos atrás.


Um dos trechos que mais me agradaram na matéria foi a menção desse time maravilhoso na revista italiana “Guerin Sportivo”. A mesma tinha um título bilíngüe: Bianco, Rosso e Verdão (branco, vermelho e verde, as cores da bandeira italiana, em uma espécie de apropriação sentimental do time, criado pela comunidade italiana em São Paulo).


O texto de abertura começava da seguinte maneira: “Massacram. Humilham. Vencem. Marcam”. Deslumbramento total ao futebol jogado pelo Palmeiras na época.


Nosso próprio Presidente Belluzzo descreveu seu pensamento em relação a este time na mesma matéria: “Dá uma sensação de Plenitude”.


Após ler todas essas matérias pensamos porque não homenagear aquele grande time de 1996 !!! E nada melhor que nomear nosso blog para prestar esta homenagem:


Nos chamamos Bianco, Rosso e Verdão para fazer alusão aquele fantástico time de 1996....


Quem sabe não poderemos ter lembranças tão boas do time de 2009 ?? É esperar para ver....


Pois é pessoal !!! E que lembranças hein ???
 
Márcio Braga

Há 50 Anos




O time que parou o Santos de Pelé



O Santos era campeão paulista de 1955/56 e 58, e começava a se revelar com um dos maiores times da história do futebol. Uma máquina que não se importava em tomar gols, pois sabia que era capaz de marcar muitos mais. O Palmeiras tinha sido campeão paulista em 1950 e disputara um campeonato com a regularidade de quem não está com tudo, mas está com muita vontade. Uma defesa muito segura que dava a tranqüilidade para o ataque marcar os gols necessários para a vitória do clube. Para o Santos era a repetição de um ato que já estava virando rotina. Para o Palmeiras, a oportunidade, rara nos últimos anos, para sair da fila de espera que estava incomodando.


Quando terminou o campeonato, no dia 30 de dezembro de 1959, os paulistanos ainda não conhecia o campeão paulista. Santos e Palmeiras, depois de trinta e oito rodadas, terminaram empatados na liderança com sessentas e três pontos ganhos. A Federação Paulista de Futebol decidiu por uma melhor de três para se conhecer o campeão da temporada. Se dependesse apenas de cartaz, o Santos teria sido campeão sem nenhuma disputa extra. Entretanto, pelo que fez durante o campeonato, o Palmeiras justificava suas pretensões em lutar pelo título. Às vésperas da decisão, a situação era de equilíbrio. Os santistas tinham o melhor ataque com 151 gols e o artilheiro do campeonato, Pelé, com 44 gols. Os palmeirenses tinham a melhor defesa sofrendo 32 gols. O Santos tinha prestígio internacional e era alvo da admiração que atribuía a seus ídolos. O Palmeiras tinha uma torcida que gritava desesperadamente por um título que há nove anos vinha lhe sendo negado.


O primeiro jogo foi realizado no dia cinco de janeiro de 1960. O Santos tinha dois problemas: Jair da Rosa Pinto e Pagão, contundidos. O treinador Lula deslocou Urubatão para lugar de Jair, fazendo entrar Feijó na zaga. Para substituir Pagão, entrou um jovem de dezesseis anos de idade chamado Coutinho. O time santista jogou com Laercio. Getulio. Dalmo. Formiga e Feijó. Zito e Urubatão. Dorval. Coutinho. Pelé e Pepe. O Palmeiras não tinha problema e jogou com Valdir. Djalma Santos. Waldemar Carabina. Aldemar e Geraldo Scotto. Zequinha e Chinezinho. Julinho. Romeiro. Américo e Géo. Aos 22 minutos do primeiro tempo Pelé abriu a contagem no Pacaembu. O Palmeiras empatou aos 32 minutos através de Zequinha. O publico que bateu o recorde de renda no campeonato, saiu reclamando de marmelada. O empate decidiu que haveria mais dois jogos, independente do resultado da segunda partida.


No dia oito aconteceu mais um jogo ainda no Pacaembu. No Santos, Jair e Pagão continuavam de fora. No Palmeiras, o técnico Osvaldo Brandão colocou Nardo no lugar do ponteiro Géo. O jogo foi uma repetição melhorada do primeiro. Aos 44 minutos, cobrando um pênalti, Pepe abriu a contagem. No segundo tempo, logo aos 2 minutos, Romeiro empata e aos 3 Chinezinho faz 2x1 para o Palmeiras. Aos 40 minutos, novo penalti contra o Palmeiras e novo gol de Pepe. Fim de jogo e mais um empate que deixava os dois clubes em igualdade de condições para decidir o campeonato na terceira partida.


O Santos fez voltar ao time, Jair da Rosa Pinto e Pagão que tinha se casado e estava em lua de mel na cidade de Poços de Caldas. Ele voltou correndo para jogar a decisão. E logo no inicio da partida, Pagão cabeceia a bola para Pelé que marca o primeiro gol. Eram 12 minutos do primeiro tempo. Logo depois, Pagão era atingido por Aldemar que ficou em campo fazendo numero. Jair também não fazia uma boa partida e o Santos perdia a agressividade no ataque e a harmonia do meio do campo. Enquanto isso, Chinezinho tomava conta do jogo e Aldemar de Pelé. A única coisa que faltava ao Palmeiras era sorte. Romeiro chutou bolas na trave. Aos 42 minutos o futebol de Chinezinho supera a falta de sorte. No meio campo, ele desarma Pelé, e passa rápido a Romeiro, que experimenta o gol da entrada da área. Formiga corta mal e a bola sobra para Julinho que empata o jogo.


No segundo tempo, aos 3 minutos, o juiz Anacleto Pietrobom marca uma falta de Zito em Zequinha perto da área santista. Romeiro ajeitou a bola na meia lua. Cinco jogadores na barreira. Romeiro corre e chuta forte. A bola passa pela barreira e entra no ângulo esquerdo do goleiro Laércio. O Palmeiras dominou o jogo e ainda teve mais duas bolas na trave do Santos. Terminou a partida e o Palmeiras era o campeão paulista de 1959. A torcida comemora nas ruas o titulo que veio nove anos depois.


FICHA TÉCNICA DO JOGO DECISIVO


Palmeiras 2 x 1 Santos


Data: 10/01/1960


Renda: Cr$ 3.076.375,00


Local: Estádio Paulo Machado de Carvalho (Pacaembu), em São Paulo (SP)


Palmeiras: Valdir; Djalma Santos, Valdemar e Geraldo: Zequinha e Aldemar; Julinho, Nardo, Américo, Chinesinho e Romeiro. Técnico: Osvaldo Brandão.


Santos: Laércio; Urubatão, Getúlio e Dalmo; Zito e Formiga; Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe. Técnico: Lula.


Árbitro: Anacleto Pietrobom


Gols: Pelé, aos 13 minutos, e Julinho aos 41 do primeiro tempo. Romeiro aos 2 minutos da etapa final.

(do Site Palestrinos)

Márcio Braga