16 de fev. de 2011

O altíssimo preço do sucesso ?

O artigo abaixo resume com clareza a vergonha que as categorias de base são tratadas no Palmeiras. Um antro de oportunistas e de se levar muiro dinheiro as custas do clube.

Através desse texto podemos ter a confirmação (mais uma) de quão danosa foi a gestão Belloser e Sempullo no Palmeiras. E de quanto é necessário mudanças drásticas em nosso estatuto (já fazem três dias desde a eleição do novo Conselho e ainda não temos a data da Assembléia Geral).

Salvem o Palmeiras....

Submundo da bola - O altíssimo preço do sucesso

A cena é real e deixou boquiabertas algumas pessoas próximas do novo presidente palmeirense Arnaldo Tirone. Na última Taça Interior Paulista Sub-15, em Cerquilho, o famoso olheiro Marabá, do Grupo Sonda, caminhava nas arquibancadas protegido por dois seguranças. A um deles, comentou: “aqui, podemos roubar quem quiser. E vamos colocar no Inter e no Palmeiras. Lá a gente manda”, tripudiou.


A declaração de Marabá, que ganhou notoriedade após ser acusado de envolvimento em escândalo de gatos na base do Corinthians, em 2005, expõe como a direção do Palmeiras abriu suas categorias de base para grupos investidores e não mediu esforços, sobretudo financeiros, para fazer o clube revelar. A qualidade de algumas dessas gerações, sobretudo a /91 e a /94, mostra que houve resultado. Mas, para o grupo liderado por Arnaldo Tirone, também ocorreram muitos gastos.
À coluna, o presidente Arnaldo Tirone declarou que sua cúpula ainda não tem real ciência do dinheiro investido nas categorias de base, mas pessoas próximas a ele trabalham para saber exatamente o tamanho desse rombo. Após tomar pé de tudo o que acontecia no futebol profissional, e cortar gastos excessivos de vários jogadores, a direção realmente vai pôr o dedo na ferida nesses próximos dias. Ainda olhando tudo de um modo geral, foram apuradas situações que foram consideradas escandalosas.

Segundo o Olheiros apurou com exclusividade, para contar com o meia Diego Souza Xavier, /93 que havia sido dispensado por indisciplina do São Paulo, a direção do Palmeiras prometeu pagar luvas no valor de R$ 500 mil. A Bruno Sabiá, ex-Paulista de Jundiaí, a promessa foi de R$ 300 mil. Os contratos foram barrados pelo departamento financeiro – o staff de Sabiá, por exemplo, recebeu um terço desse valor. É sabido, porém, que uma investida judicial pode obrigar os palmeirenses a honrar o acordo anterior.

Outro caso que chamou bastante a atenção de membros da nova direção palmeirense foi a respeito da misteriosa renovação de contrato do diretor Francisco Haroldo, membro do departamento amador. Com vencimentos mensais de R$ 25 mil, ele teve o vínculo com o clube ampliado dois dias antes da eleição de Arnaldo Tirone. Opositores da direção anterior reprovaram a atitude. Segundo se comenta, a rescisão de Hamilton atinge a casa dos milhões. Não se sabe, ou não se diz abertamente, qual a finalidade em esticar o contrato de Haroldo.

O que se sabe abertamente é que investidores de diferentes origens qualificaram a base do Palmeiras, mas também ampliaram os gastos – e, naturalmente, têm participação em direitos econômicos de vários jogadores importantes. Do supracitado Grupo Sonda, por exemplo, são o volante Fabrício, principal nome da geração /95, e seus companheiros de equipe Matheus, Roberto e Somália. Mais velhos, Gabriel Silva, Luís Felipe e Fernando, este rebaixado para o time B, também têm participação do grupo de origem gaúcha.

Além de Bruno Sabiá, que foi buscado no Paulista de Jundiaí, o Palmeiras pagou caro pelo acordo com parceiros como a Energy Sports, antigo parceiro do Mirassol. O grande nome da parceria foi Nikão, que acabou não vingando no clube e partiu para o Santos, outro parceiro da Energy. Nessa esteira também chegaram ao Palestra Itália ao menos cinco nomes de potencial.

Mayko, zagueiro titularíssimo dos juniores nos últimos anos, Luiz Gustavo, nome praticamente certo na defesa titular do Brasil no próximo Sul-Americano Sub-17, e o badalado Dunguinha, da turma /94. Nascido em Montes Claros-MG, como Nikão, ele também já rodou a Europa apesar da curta idade. Passou por PSV Eindhoven, Barcelona, Arsenal e Inter de Milão. Junto dele no elenco juvenil ainda estão o meia Bruno Cuiabá e o atacante Cesinha, outros descobertos pela Energy.

Internamente, se comenta que a direção do Palmeiras pretende cortar gastos da base, e diretores importantes como Marco Antonio Biasotto, coordenador técnico com passagens pelo Paulista de Jundiaí e pelo Atlético-PR. A coluna tentou contato com Biasotto, mas os telefonemas não foram atendidos.

O que se percebe é que os palmeirenses adotaram o caminho mais simples, e menos trabalhoso, para tentar colocar jogadores no time profissional. Ao invés de criar uma linha de captação e buscar jogadores Brasil afora apenas com suas próprias forças, se abriu para investidores e, com isso, também teve de gastar fortunas. Patrik, que hoje faz bom papel na equipe de cima, foi contratado junto ao São Caetano, por exemplo. É difícil, efetivamente, considerá-lo uma cria da base palmeirense. Revelar, desse jeito, até eu, Palmeiras.

Firulas

#1

O atacante Maique, que disputou a última Copa São Paulo pelo Nacional, é um grande mico da direção palmeirense. Semanas antes da Copinha, ele foi emprestado à equipe paulistana da Barra Funda, embora estivesse com seu contrato, assinado com o Palmeiras, na reta final. O gesto deixou claro que o alviverde não confiava no jogador, que deu uma resposta e tanto.

No confronto da segunda fase da Copinha, Maique só não fez chover com o Nacional, marcando inclusive um gol contra o próprio Palmeiras, que deu adeus à Copinha. A direção palmeirense se apressou, driblou o interesse do Santos, e conseguiu renovar o contrato do atacante por mais um ano. Perdê-lo seria um mico muito maior.

#2

Um sintoma do corte de despesas no Palmeiras foi a demissão de Adaílton Ladeira, que tinha salários altos e só conseguiu uma vitória em oito jogos na Série A-2 do Paulista. Junto dele, saem uma leva de jogadores que havia sido trazida, pelo próprio Ladeira, de seu ex-clube Corinthians.

#3

O talentoso meia Ramos, que só não foi utilizado por Felipão em 2010 por conta de uma lesão, havia sido esquecido por Ladeira e estava até outro dia no que, internamente, são conhecidos os “encostados”, grupo que existe além dos que não estão nos juniores e nem no time B.
Márcio Braga

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