A entrevista do Miguel Nicolelis para o Criscio do 3VV é uma aula de palestrinidade... Espero que não somente torcedores mais essa diretoria nesfasta leia com bastante atenção a sensatez de Nicolelis em avaliar nossa atual situação e suas propostas para futuro.... Seguem abaixo a entrevista dividida em duas partes:
Parte I
Parte II
O texto abaixo foi retirado da mesma !! Afinal é tudo sempre pensei sobre o Palmeiras !!
" Sou sócio há dois anos, e não conheço nada da política do Palmeiras. Eu só acredito que chegou a um ponto de ruptura, onde temos que fazer uma escolha ou vamos observar o Palmeiras definhar lentamente e desaparecer... virar um Juventus da vida, ou nós vamos tomar as rédeas da situação e ver o Palmeiras na trajetória que todos nós esperamos ter. O Palmeiras corre sérios riscos de se transformar em um clube pequeno e desaparecer, porque o problema é o seguinte quando você não ganha título, não somos nós que vamos deixar de ser palmeirense. São os nossos netos, filhos, que não vão querer ser palmeirense. A criança quer ganhar; a criança quer seguir um time vencedor, criança quer gritar campeão. Quer ir à escola e tirar sarro do time do cara que perdeu. E quando você não renova essa paixão, nós um dia vamos - infelizmente - não estar aqui para continuar a ir para Goiânia. Alguém vai ter que ir para Goiânia e quem vai?"
"O que aconteceu com o Internacional? Ele fez uma análise muito crua da situação anos atrás, e se perguntaram:
“o nosso amor pelo Internacional é maior ou menor que as nossas diferenças?” E os caras chegaram à conclusão que o Internacional era maior e eu admiro muito isso, muita gente lá abre mão das suas posições pessoais e de suas querelas políticas. Convenhamos, posições ridículas e a maioria delas no Palmeiras também são, pelo pouco que conheço. "
" E eu só vejo uma solução, sinceramente, uma solução jurídica: o clube Palmeiras licencia o nome Palmeiras para o time Palmeiras. E o time Palmeiras pagar royalties para o clube. Mas aí esse “time Palmeiras” precisará ter uma gestão profissional independente do clube. E eu sou muito franco: se o clube não concordar com isso, o poder econômico está do lado da torcida. E se a torcida quiser, ela não vai mais ao estádio, ela não compra camisa, não assiste televisão. E o que acontecerá com o Palmeiras?"
"Então eu acho que é um momento de decisão: nós vamos ser o Juventus ou nós vamos ser Palmeiras? Se eu tivesse a oportunidade de sentar em um lugar onde estão todas as facções do Palmeiras e tivesse 10 minutos para falar com eles eu falaria o seguinte: “os senhores conseguiriam viver se o Palmeiras não existisse? Ou vocês preferem que o Palmeiras não exista e vocês resolvam suas diferenças com a inexistência do Palmeiras? Suas diferenças são tão gigantescas que vocês preferem matar o Palmeiras?!”.
3VV: E o que você acha que tem que ser feito para se promover essa mudança?
"Acho que é muito simples, se o movimento de palmeirenses, seja Eterno Palestrino, nem sei se esse grupo tem essa representatividade, mas quem tiver a torcida ao lado, tem o poder. Quem conseguir catalisar os anseios e desejos da torcida palmeirense vai decidir o destino do Palmeiras. Porque seja quem for a liderança que catalisar essa força potencial humana - de 15 milhões de pessoas e que vão ao estádio e compram camisa e pagam pay-per-view, vai chegar para os caras que mandam no Palmeiras hoje (e que brigam entre si) e dizer o seguinte: ou vocês fazem o que tem que ser feito ou nós não vamos mais ao estádio, não compramos mais camisa e não compramos pay-per-view. A receita de vocês vai a zero. Podem escolher: vocês vão matar ou vão deixar viver. Então se vocês tentarem ir ao extremo é claro que vocês não têm amor pelo Palmeiras. Quem tem amor pelo Palmeiras não permite que esse filho morra, então se vocês realmente são palmeirenses e têm amor por isso, vocês têm que querer o bem do time."
Obrigado ao Criscio e ao Nicolelis por uma leitura tão apropriada em um momento tão obscuro.
Márcio Braga
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