Reino Perdido!

Era uma vez um reino prospero e rico, gerenciado por conselheiros dignos e preocupados com seu povo. O defeito desses conselheiros foi não ter olhado o amanha, e não ter preparado futuras administrações, o que permitiu que golpistas tomassem o poder sem nenhuma cerimônia. O resultado disso foi o declínio do reino com fracassos em cima de fracassos, perda de prestigio, banimento, e preocupações somente com as festas internas da corte. O povo foi abandonado à própria sorte e a invasão de outros reinos sem historia, mas com senso de oportunismo único.

Quando tudo parecia perdido, apareceram pessoas fora do reino que sabendo do potencial do mesmo, decidiram investir nele. Mágicas não foram feitas, apenas o exercício do bom profissionalismo e aplicação de gerenciamento correto. O que se viu, foram anos de fartura no reino e lucros para os estrangeiros. Tudo ia bem e parecia que os anos negros tinham ficado definitivamente para trás. Infelizmente, os mesmos golpistas ainda estavam na sombra e de tanto insistir conseguiram retornar ao poder. O povo não se preocupou, pois depois de anos fartura, acreditavam que todos tinham aprendido a lição e de como gerenciar um reino tão prospero. Ledo engano.

Os golpistas novamente estavam interessados somente em festas e conseguir lucros rápidos. O resultado foi o mesmo de antes, com fracassos, dividas e banimento. O reino e o povo tão sofrido, pouco importavam, desde que a corte tivesse com suas festas em dia. Essa situação gerou novas revoltas e pedidos de mudanças imediatas. Após longo tempo e várias tentativas, o povo conseguiu eleger representantes que na visão deles seriam seus redentores. Os golpistas foram colocados de lado, mas não banidos. Ninguém se preocupou com eles, pois os redentores colocariam o reino de novo em seu posto de carro chefe. O prestigio, sucesso e rendas voltariam e seriam compartilhados não somente na nobreza, mas com todos.
Mas os redentores não tinham a visão e o pulso dos anteriores forasteiros. Tentaram, mas acreditaram em promessas de quem não podia cumprir, tomaram ações em momentos errados e deixaram de tomar quando deveriam. Perderam-se completamente e olharam o seu povo sem conseguir responder o porque do fiasco. A confiança e a esperança foram perdidas, e o povo desistiu.

Enquanto isso nas trevas, os golpistas esperaram. Inteligentemente, não mudaram o estatuto do reino e mantiveram a forma de eleger os novos representantes de forma indireta sem a participação do povo. Minaram o grupo de redentores, implantaram discórdia e dividiram o grupo, voltando as ser maioria no universo deles. Estavam prontos a voltar ao poder e as suas festas internas e ao descaso com o reino, com a certeza, que dessa vez o povo não teria como mudar o curso da historia. Enquanto eles conseguissem manter o estatuto do reino como estava, apenas 300 decidiram o futuro de 18 milhões.

O futuro em curto prazo, o povo já conhecia. Humilhações, privações e eliminação de todos os recursos do reino. O que o povo combalido e sofrido se perguntava era como mudar isso e se livrar de uma vez dos golpistas. A certeza é que hoje somente o povo chora e sente pelo reino destruído.

Berlier Almeida