Quando ouvi os rumores de que o Palmeiras estaria trazendo Ronaldinho Gaucho, fiquei com o coração dividido entre ter uns dos maiores jogadores que vi jogar ou o fanfarrão que só se preocupa com a próxima balada a ir. A diferença de tempo entre os dois são de 5 anos (2005 e 2010). A decisão dele de ir para o Flamengo confirmou para mim, que o craque de 2005 não existe mais e hoje só restou o baladeiro. Diante disso, perdemos o negocio, mas ganhamos em tranqüilidade.
As fortunas pagas a ex-jogadores em atividade não tem sido muito produtivas, embora cartolas insistam em manter a estratégia. As luzes dos holofotes e a alegria de aparecer como o cara que repatriou aquele que um dia foi o maior do mundo são razoes mais do suficiente. Se essa contratação foi feita baseada somente na emoção é o que menos importa.
O Flamengo deve horrores, não trem estrutura e mesmo assim atrai Ronaldinho e Thiago Neves.
Na verdade, o que os atraiu não foi o Flamengo e sim a cidade de o Rio de Janeiro com suas praias e suas festas intermináveis. O Palmeiras sem as praias cariocas perde sempre nas negociações, oferecendo somente trabalho e estrutura profissional.
Diante desse quadro, essas contratações deveriam ser revistas por nós. Investir em um Alex, por exemplo, com 34 anos não me parece razoável, embora o mesmo tenha sido um craque. Com o mesmo valor ou menos, poderíamos tentar Diego. Montar um time mais jovem, com jogadores que queiram mostrar serviço e que ainda tenham aspirações na carreira. Apostar em jogadores milionários, que já ganharam os títulos que gostariam e que já tem a fama assegurada é arriscado demais.
Não estou falando de bom e barato do Mustafa, que para mim era o ruim e caro. Mas em jogadores que tenham real potencial e que possam vir em custo moderado com lucro em vendas futuras. Paulo Henrique Ganso é um exemplo disso. Ou em jogadores de base como o inter fez com Pato e Sobis. O problema que para isso é necessário visão empresarial e ousadia, qualidades que passam anos-luz dos nossos amigos conselheiros alvi-verdes.
Berlier Almeida
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