24 de mar. de 2010

Futebol Brasileiro: Rest in Peace !


O futebol sempre foi o divertimento do povo brasileiro. Mesmo nos tempos pré-globalização, pré-profissionalismo, ou seja, nos chamados tempos românticos do futebol, quando o esporte bretão era só esporte, quando os dirigentes eram apenas dirigentes, quando jogador de futebol pensava em apenas jogar futebol, quando as crianças ainda faziam a extinta bola de meia, que fora a escolinha de craques como Pelé, Garrincha, Ademir da Guia, entre outros tantos que não se pode enumerar, o futebol era o que há de mais entranhável no brasileiro. Talvez fosse este o motivo que fazia do futebol algo lúdico, tanto por parte do torcedor quando do jogador. No campo o atleta brincava com a bola, e nas arquibancadas o povo deliciava-se com as jogadas sensacionais, os gols maravilhosos, o toque refinado, os dribles desconcertantes ( hoje se transformaram em firulas ), ou seja, uma arte que extinguiu-se com a chegada do famigerado e nocivo “profissionalismo”.


Hoje o clube, que é a grande paixão do torcedor, se antes era para o atleta uma extensão de sua vida, na atualidade não passa de instrumento de divulgação de sua imagem, de mera vitrine. O jogador de futebol já não se apega ao clube, mas às condições oferecidas. O atleta entra em campo para cumprir o seu contrato. Ou seja, a camisa que ele veste não chega a se impregnar com seu cheiro, com sua alma. É mero uniforme, onde pouco importa suas cores ou sua história, mas sim o retorno financeiro e a visibilidade que terá, as possibilidades de transferências para os grandes clubes da Europa. Futebol brasileiro que é bom ficou nos livros de história e no Museu do Futebol.

Porém existem exceções. Podemos citar o Marcos, santo palmeirense, ídolo incontestável do clube, o qual ele faz questão de exaltar e de honrar. Pouquíssimos jogadores, nestes moldes atuais poderão obter este padrão, digno daquela época chamada “romântica”, onde jogadores, clubes e torcedores formavam uma só entidade. Hoje, de uma maneira geral, só há identificação do torcedor com o clube.
Por isso não é nenhum absurdo dizer que o futebol que os mais velhos conheceram naquele passado de Manés e Pelés era outro esporte. Hoje temos outro tipo de futebol, outro tipo de jogadores e até mesmo outro tipo de torcedor. Hoje temos o futebol no mais alto grau de profissionalismo, sem paixão, sem alma. Um futebol morto!
Há alguns dias atrás nós do BRV tivemos a oportunidade de visitar o CT da Barra Funda. Ficamos impressionados com a estrutura, principalmente em relação ao campo de treinamento - gramado impecável, nenhum buraco, nenhuma falha - Então surge a pergunta: Hoje o jogador de futebol de clube grande tem todas as possibilidades de treinar e jogar em campos como o do CT no mais alto nível. Então, por que se vê tanta mediocridade em campo? Ou seja não é o campo, nem a bola, nem as chuteiras que vão ser usadas como desculpa – aliás, pra quem ainda tem dúvida do que era jogar futebol no passado é só visitar o museu do futebol e ver a bola e a chuteira que eram usadas por aqueles jogadores – é sem dúvida alguma a apatia, a falta de brio, o desamor a camisa que se veste. Não tem outra explicação além desta.

Amigo torcedor, por isso não chegou a estranhar os últimos acontecimentos no CT do Palmeiras, onde de um lado temos o símbolo do amor ao clube, São Marcos, praticamente implorando empenho a alguns jogadores, e do outro lado, representando o que há de mais nocivo no futebol moderno, Diego Souza, símbolo de uma geração sem vontade, sem empenho, sem amor a camisa, geração esta preocupada em vender-se aos europeus, descompromissada com quem lhe paga um bom salário e confia que terá o produto pelo qual pagou esse dinheiro.

Enfim, depois de analisar todas estas coisas só penso em uma conclusão possível: É O FIM DO FUTEBOL NO BRASIL!
José Carlos K. Coelho

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